This Page

has been moved to new address

Caridade ou assistencialismo?

Sorry for inconvenience...

Redirection provided by Blogger to WordPress Migration Service
Giba Net: Caridade ou assistencialismo?

sábado, 21 de agosto de 2010

Caridade ou assistencialismo?

Este questionamento me persegue há algum tempo.

Até onde nossos atos de caridade são benéficos e a partir de que ponto tornam-se assistencialismo?

Por que, uma coisa é a caridade que ajuda as pessoas a se recuperarem e sairem de uma situação difícil, como quando ensinamos a pescar e doamos as ferramentas para que a pessoa possa se virar por sí só.

Outra coisa é passarmos a mão na cabeça e doarmos todos os peixes que esta pessoa precisa, sem lhe ensinar como se pesca e sem deixar que ela mesma tenha condições de prover seu sustento.

De assistencialismo estamos repletos. Temos os do governo, com seus programas de bolsa família, bolsa escola, bolsa alimentação e assim por diante.

Nas diversas igrejas do país temos os multirões de arrecadação de alimentos, produtos de limpeza, produtos de higiene pessoal e roupas.

Nos diversos centros espíritas também encontramos esta mesma movimentação em pról dos menos favorecidos.

Mas, quem é que está ensinando a pescar?

Quem é que está providenciando as ferramentas para pesca?

Será que, com nossas boas intenções, não estamos trazendo mais malefícios que benefícios?

O ser humano tende a se adaptar ao comodismo e as facilidades muito mais facilmente do que se adaptar ao trabalho.

É mais ou menos aquela história, trabalho poque preciso, mas se deixarem, deito em minha rede e espero me trazerem a refeição.

Como exemplo, estamos vendo diariamente na Rede Globo de televisão a campanha "Criança Esperança", que arrecada dinheiro para que a Unesco coordene projetos sociais, mas estes projetos tem obrigatóriamente que estarem ligados à educação e à cultura, criando assim condições para o aperfeiçoamento do indivíduo, dando-lhes condições para que daqui a algum tempo, ele se vire sozinho e até, possa ajudar em novos projetos.

Mas será que nossas instituições religiosas e nosso governo estão seguindo esta mesma cartilha?

Será que nossas doações, tanto materiais como de mão de obra voluntária estão sendo direcionadas a este tipo de benefício?

Ou será que estamos educando um grupo de pessoas necessitadas a serem os oportunistas de amanhã?

Convido você a uma reflexão profunda, para que não sejamos responsáveis por um resultado ruim no futuro.

Lembrando que a omissão daquele que em nada ajuda, também pode contribuir para um resultado insatisfatório.

O que você pensa a respeito?

Marcadores: , , ,

8 Comentários:

Às 21 de agosto de 2010 às 04:02 , Blogger Silvana Marmo disse...

Amigo Giba,
O assistencialismo, ou paternalismo, tão criticado, em última análise, beneficia em primeiríssimo lugar aos seus críticos. Os milhões de brasileiros que recebem os mais diversos benefícios dos cofres públicos são gente, portanto, parte ativa deste mundo, ao menos na nossa opinião. Logo com direitos, inclusive com o sagrado direito à oportunidade de trabalho que lhes garanta o sustento minimamente digno.Seria tão fácil acabar com o assistencialismo, bastaria permitir que todos tivessem a oportunidade ao sagrado direito de trabalhar.
Meu carinho

 
Às 21 de agosto de 2010 às 19:31 , Anonymous Rose disse...

Giba,será que temos a noção do que realmente seja caridade? Pelo pouco que temos percebido dos textos, artigos, palestras, e, principalmente da conduta diante de fatos sociais e de relacionamento interpessoal, temos pouco o que dar exemplo de caridade.
A caridade está associada ao outro, é uma relação humana.
O assistencialismo é uma ferramenta de manutenção do status quo. É a partir dela que a classe dominante mantém a pobreza e mantém os pobres quietos, sem se rebelarem contra a situação social. O assistencialismo é paternalista, no sentido que usa dos bens materiais doados para dizer: “somos bons, queremos o seu bem”, “temos piedade de sua situação, tome um prato de sopa”. Talvez não digam essas palavras, para não parecer falso, mas são as expressões embutidas nas ações. É através do assistencialismo que não se investe em educação, saúde, melhorias na infra-estrutura, enfim, é dando o mínimo necessário para sobreviver e “manter a paz”.
Seu blog está cada vez melhor, parabéns amigo !

Rose*

 
Às 29 de agosto de 2010 às 10:05 , Anonymous maria marçal disse...

Amigo...
Excelente reflexão.
Inclusive me detenho muito na propaganda política que todos abominam, mas ali está a grande chance de pensarmos no que queremos desse País - via estes candidatos - a serem eleitos.

Será que dar casa, dar comida, dar e dar...é a fórmula do engrandecimento a longo prazo? claro que não.

O que deveria acontecer é criarem-se (COMO EXEMPLO À CONCORDÂNCIA AO TEU POST) centros de treinamentos, estudos, cooperativas atuantes onde do aprendizado real se tire proventos.

Mas não é assim...e nem será com o seguimento desta política errada.
beijos,

Maria Marçal - Porto Alegre - RS

 
Às 29 de agosto de 2010 às 13:44 , Blogger Jackie Freitas disse...

Olá Giba querido!
Assunto reflexivo, meu amigo!
Eu, por princípio procuro ajudar de um modo mais construtivo. Fui criada à base da vara para pescar e não com o peixe nas mãos, então questiono mesmo se aquilo que estou contribuindo será revertido em educação e não no comodismo. Vi muitas pessoas dizendo: "trabalhar para quê? temos tudo se soubermos de onde tirar!". Isso é revoltante! E não parte apenas de pessoas idosas e sim de muitos jovens que já "amadurecem" nesse conceito do comodismo. Se encontro um criança no semáforo pedindo dinheiro, dou comida! É assim que ajudo: alimentando, mas não facilitando o tráfico, enriquecendo o submundo. Podem me chamar de egoísta ou do que quiserem, faço o que meu coração manda e tenho consciência de que não posso mudar o mundo e nem tirá-lo da miséria, mas posso transmitir mensagens e exemplos de boa conduta.
Grande beijo, Giba querido!
Jackie

 
Às 29 de agosto de 2010 às 19:35 , Anonymous Douglas disse...

Há uma parcela da sociedade que se beneficia das doações.

O governo precisa gastar o que arrecada dos que trabalham pra distribuir a quem fica na rede.

Os impostos são altos demais. O povo sofre.

Você já percebeu que quem mais doa é exatamente o pobre?

 
Às 5 de agosto de 2011 às 21:35 , Anonymous Rodrigo disse...

Que ótimo texto, parabéns.

Tenho por mim, que não existe caridade maior do que a verdadeira honestidade. Doar bens materias não é inútil, mas convenhamos? É muito fácil ficar oferecendo coisas que não vão nos comprometer.

E outra, uma frase que define a ''caridade'' perfeitamente, segundo a minha compreensão, é aquela: ''O importante não é dar o peixe, mas sim ensinar a pescar''.

 
Às 5 de agosto de 2011 às 21:46 , Anonymous Rodrigo disse...

A frase que eu citei condiz com o seu texto. É que eu já tinha lido há algum tempo atrás, já sabia que era ótimo, e fui desatento agora ao comentar... Desculpe :)

 
Às 5 de agosto de 2011 às 22:42 , Blogger Giba disse...

Olá Rodrigo,
Muito obrigado por sua visita e seu comentário.
É muito mais difícil ensinar a pescar de que comprar um peixe barato e doar, fazendo face de bonzinho e levando o nome de "Bom Samaritano".
A verdadeira caridade não nos permite levantar o status em benefício proprio e também não nos permite que levantemos bandeiras de entidades, sejam elas filantropicas e/ou religiosas.
Um grande abraço
Giba

 

Postar um comentário

Seu comentário é muito bem vindo

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial