Na decada de 80 fui apresentado por um amigo ao recem fundado Partido dos Trabalhadores.

Era um projeto incrível, cheio de teorias sobre a ética nas relações de políticas públicas, teorias sobre os mecanismos de igualdade social e incentivos à educação e cultura para todos os cidadãos, independente de sua situação financeira. Havia também projetos de desenvolvimento para o país, de uma forma tão bem elaborada, que me parecia a solução definitiva para todos os problemas enfrentados por nosso Brasil.

Militei no PT por alguns anos, fiz amizades, conheci pessoas como Aloízio Mercadante, Vicentinho, João Paulo Cunha, entre outros. Fui à Brasília em 1988 como um dos representantes do movimento estudantil paulista, para acompanhar o andamento na época dos trabalhos do comitê constituinte e acompanhei os bastidores de alguns sindicatos.

Este mês eu publiquei aqui no blog minha intenção de voto para a eleição deste ano e fui questionado por um amigo sobre o que me fez mudar de idéia quanto ao PT. Resolvi então deixar público meus motivos e minhas impressões, assim, outros amigos que tenham a mesma dúvida já ficarão informados também.

Em primeiro lugar o radicalismo, pois penso que todo radicalismo é burro, já que temos como exemplo da própria vida o bom uso do já tão conhecido jogo de cintura. Outro item que me desmotivou foi ver o partido incentivando "quebra quebra" sem necessidade nenhuma, pois acredito muito mais nos diálogos que nos atentados. E para finalizar, já que a lista é grande, a corrupção, onde vou citar apenas os casos públicos para facilitar o entendimento. Nestes casos públicos temos a história do "Mistro Antônio Palocci" que usou de seu poder dentro da máquina pública federal para quebrar o sigilo bancário de um caseiro, o caso do João Paulo Cunha, ex presidente da Camara do Deputados e os saques que fez de dinheiro enviado por Marcos Valério, lembrando que não foi só o João Paulo que se beneficiou deste dinheiro sujo, já que muitos receberam os tais "Mensalões", lembrando também que nosso Presidente da República simplesmente disse que não sabia de nada. A máquina administrativa fez o que pode para blindar seus parceiros e tudo acabou em pizza.

Na primeira intervenção jurídica no governo petista, cairam por corrupção nada menos que quarenta membros do governo, um fato inédito em nossa política e um fato que dá margem para muita reflexão sobre o que é realmente o PT.

Você se lembra da deputada Ângela Guadagnin (PT SP), dançando no Congresso? Me diga se este comportamento não é uma tremenda falta de respeito. E o partido o que fez? Protegeu a deputada, mostrando que é a favor deste tipo de atitude.

Embora longe dos holofotes, sabemos que José Dirceu continua atuando nos bastidores do governo.

O PT foi o maior opositor do "Plano Real" e hoje tudo que o governo petista conquistou de bom em relação às finanças do país foi graças à estabilidade da moeda, conquistadas graças ao plano que tanto combateram.

Será que preciso citar a Casa Civil e seus escandalos envolvendo a Dilma e a Erenice?

Você sabia que a Dilma foi proprietária de duas lojas de artigos importados, essas do tipo loja de R$1,99 e que as duas lojas faliram? É esta pessoa que não conseguiu gerenciar duas lojas de R$1,99 que você quer ver administrando o Brasil?

Se eu for citar todos os motivos que me fizeram abandonar o PT e não mais apoiar o que fazem, ficarei escrevendo por um ano e talvez ainda deixe algum detalhe escapar, por esta razão, termino meus comentários por aqui.