(*) Por: LinoTavare

A nomeação do ex-deputado José Genoino para assessor direto do Ministro da Defesa, Nelson Jobim, mais parece uma zombaria. E olha que não me refiro ao fato de esse cidadão ter integrado a guerrilha terrorista do Araguaia, desafiando o "Regime Militar" (1964-1985).

Mesmo porque, olhando o fato por esse ângulo, até que seu aproveitamento em qualquer ministério do atual governo não seria mais do que uma questão de coerência, haja vista que a própria presidente Dilma Roussef integrou esses grupos de vendilhões da pátria a serviço do Movimento Comunista Internacional, naqueles tempos difíceis da vida política nacional.

O que causa espécie, revoltando com certeza a brasileiros de todos os matizes políticos e ideológicos, é o fato de José Genuíno ter ficado marcado como o dirigente máximo daquele PT, que, sob a "regência" de Delúbio Soares, quedou-se desmascarado ante a opinião pública, em função de haver se tornado, na época do mensalão, o principal foco das maracutaias político-eleitorais, ligadas aos esquemas de corrupção que afloraram na segunda metade do primeiro mandato do governo Lula.

Como se não bastasse a presença de Antônio Palocci, fraudador da conta bancária do caseiro Francenildo, chefiando a Casa Civil, além da indecorosa eleição de João Paulo Cunha, um "mensaleiro" condenado, para presidir a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, temos de engolir mais essa afronta a dignidade pátria e à nossa inteligência, tendo como mediador entre o ministro da Defesa e o alto comando das Forças Armadas, alguém que esteve à testa do maior e mais contundente esquema de corrupção partidária deste país, de todos os tempos.

A seguir nesse diapasão, não tardará o dia em que José Dirceu, o comandante em chefe do exército mercenário do mensalão, voltará às manchetes como ocupante de algum cargo do primeiro escalão desse
governo que insiste em nos empurrar goela abaixo figuras indigestas de um passado recente que maculou a Praça dos Três Poderes, com a mesma intensidade com que aquele vazamento de petróleo manchou o Golfo
do México.

(*) Lino Tavares é jornalista diplomado, colunista na mídia gaúcha e catarinense, integrante da equipe de comentaristas do Portal Terceiro Tempo da Rede Bandeirantes de Televisão, além de poeta e compositor.