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O QUE É... DECISÃO

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Giba Net: O QUE É... DECISÃO

terça-feira, 3 de junho de 2008

O QUE É... DECISÃO

Colaboração de Elvis Clever Campos Machado da SKY Brasil


No mundo corporativo, há algo vagamente conhecido

como “processo decisório”, que são aqueles insondáveis

critérios adotados pela alta direção da empresa

para chegar a decisões que o funcionário não consegue

entender. Tudo começa com a própria origem da palavra

“decisão”, que se formou a partir do verbo latino caedere

(cortar). Dependendo do prefixo que se utiliza, a palavra

assume um significado diferente: “incisão” é cortar para

dentro, “rescisão” é cortar de novo, “concisão” é o que já

foi cortado, e assim por diante. E dis caedere, de onde

veio “decisão”, significa “cortar fora”. Decidir é, portanto,

extirpar de uma situação tudo o que está atrapalhando e

ficar só com o que interessa.

E, por falar em cortar, todo mundo já deve ter

ouvido a célebre história do não menos célebre rei

Salomão, mas permitam-me recontá-la, transportando

os acontecimentos para uma empresa moderna. Então,

está um dia o rei Salomão em seu palácio, quando duas

mulheres são introduzidas na sala do trono. Aos berros

e puxões de cabelo, as duas disputam a maternidade

de uma criança recém-nascida. Ambas possuem

argumentos sólidos: testemunhos da gravidez recente,

depoimentos das parteiras, certidões de nascimento.

Mas, obviamente, uma das duas está mentindo: havia

perdido o seu bebê e, para compensar a dor, surrupiara

o filho da outra. Como os testes de DNA só seriam

inventados dali a milênios, nenhuma das autoridades

imperiais consultadas pelas litigantes havia conseguido

dar uma solução satisfatória ao impasse.

Então Salomão, em sua sabedoria, chama um

guarda, manda-o cortar a criança ao meio e dar metade

para cada uma das reclamantes. Diante da catástrofe

iminente, a verdadeira mãe suplica: “Não! Se for assim, ó

meu Senhor, dê a criança inteira e viva à outra!”, enquanto

a falsa mãe faz aquela cara de “tudo bem, corta aí”. Pronto.

Salomão manda entregar o bebê à mãe em pânico, e a

história se encerra com essa salomônica demonstração

de conhecimento da natureza humana.

Mas isso aconteceu antigamente. Se fosse hoje,

com certeza as duas mulheres optariam pela primeira

alternativa (porque ambas teriam feito um curso de Tomada

de Decisões). Aí é que entram os processos decisórios

dos salomões corporativos. Um gerente salomão

perguntaria à mãe putativa A: “Se eu lhe der esse menino,

ó mulher, o que dele esperas no futuro?” E ela diria:

“Quero que ele cresça com liberdade, que aprenda a cantar

com os pássaros e que possa viver 100 anos de felicidade”.

E a mesma pergunta seria feita à mãe putativa B, que de

pronto responderia: “Que o menino cresça forte e obediente

e que possa um dia, por Vossa glória e pela glória

de Vosso reino, morrer no campo de batalha”. Então, sem

piscar, o gerente salomão ordenaria que o bebê fosse

entregue à mãe putativa B.

Por quê? Porque na salomônica lógica das

empresas, a decisão dificilmente favorece o funcionário

que tem o argumento mais racional, mais sensato, mais

justo ou mais humano. A balança sempre pende para os

putativos que trazem mais benefício para o sistema.




GEHRINGER, Max. Revista Você S/A, jan. 2002.

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2 Comentários:

Às 20 de julho de 2010 às 02:16 , Blogger Jucifer disse...

nossa pior q faz sentido mesmo
gostei da comparação
bjim

 
Às 20 de julho de 2010 às 13:21 , Blogger Silvana Marmo disse...

Olha amigo agora voce me pegou, embaralhorou meus dois unicos neuronio, vou ter que voltar para enternder o amago da coisa.
Já entendi, vivemos num mundo onde o que vale não são as decisões do que é melhor para cada um, mas a Lei de gerson, onde levo mais vantagens.
Uma pena, pois vamos encontrar adultos frustrados com estres ou depressão, tudo isto por uma simples decisão errada.
Sou Professora, não sou valorizada, mas tomei a decisão certa, faço o que gosto.
Meu carinho

 

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