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Entrevista com o radioamador Fernando PP6PP

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Giba Net: Entrevista com o radioamador Fernando PP6PP

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Entrevista com o radioamador Fernando PP6PP


Hoje apresento a primeira de uma série de entrevistas com radioamadores. Esta foi realizada com José Fernando que mora em Aracaju no estado de Sergipe.
No radioamadorismo Fernando atende pelo prefixo de PP6PP e no rádiocidadão (PX) com o prefixo
PX6B5790; Ostenta mais de 120 diplomas e certificados de excelência e contatos, dentre eles da polícia militar dos estados de São Paulo e Pernambuco.
Fernando é hoje uma das referências do radioamadorismo Nacional.




Entrevista:

Na sua ótica, o que é radioamadorismo?

No passado o radioamadorismo era considerado um serviço essencial de utilidade pública porque era o melhor e mais rápido meio de comunicação entre as pessoas, já nos tempos atuais com as novas tecnologias das telecomunicações: telefone, fax, celular, internet etc, o radioamadorismo passou a ser classificado como um hobby, pois é a maneira mais fácil e rápida de fazer novos amigos, porque suas transmissões através de sinal de rádio freqüência e seus canais são de uso coletivo e rompendo barreiras, onde ainda não existe o sinal das novas tecnologias.

O que levou você a escolher o radioamadorismo como hobby?

Eu conheci o radioamadorismo através do meu irmão PU6ACS Arnaldo (em memória) que passava noites e noites mantendo contatos com outras pessoas, e aquilo foi me chamando a atenção, despertando a curiosidade sobre o assunto e no final eu já estava contaminado e envolvido pela rádio freqüência.

Quais são suas atividades atuais como radioamador?

Na atualidade eu sou vice-preisidenta da Labre/SE, professor de legislação da escola sergipana de radioamadorismo, mantenedor de uma estação repetidora de uhf freq. 439.000 (-5000) em Sergipe, mantenedor de uma estação de echolink freq. 146.000 simplex, editor do QTC semanal da Labre/SE, mantenedor de um site exclusivo para radioamadores (http://www.pp6pp.com.br), ajudo na manutenção das repetidoras no nosso estado, sou coordenador da Rodada Interbrasileira no echolink, gosto de participar dos encontros de radioamadores.

O que falta para o crescimento do hobby no Brasil?

Na minha ótica está necessitando que a Labre nacional e os integrantes da Anatel entrem em acordo e percebam que o radioamadorismo está em decadência no nosso país, por falta de renovação de pessoas. Estamos perdendo para a internet, nossos filhos, amigos, parentes e colegas por causa das exigências para os exames (classifico como exigências do tempo do militarismo), como também da discriminação que a Anatel impões aos radioamadores com as divisões de classes (o objetivo de todos os radioamadores é o mesmo que é a intercomicação, não precisa discriminar como “radioamador classe A” “radioamador classe B” e “radioamador classe C”, somos todos iguais), na minha opinião só existiria exame de legislação e técnica e ética operacional, como também uma classe única para todos os radioamadores terem direito de usar todas as faixas que estão abandonadas por falta de radioamadores chamada de classe “A” obs: eu sou classe “A” e defendo a classe única.




Rádio e internet, inimigos ou aliados?

Aliados sim. Com o advento da internet, foram criados softwares exclusivos para radioamadores que facilitam os comunicados: softwares para comunicados digitais como: RTTY, PSK31, SSTV, ect, (transmissões digitais) que são contatos através de ruídos que a mente humana não consegue codificar nem decodificar, a não ser pelo computador, outros softwares como CQ100 que permite contatos entre radioamadores de todo o mundo visualizando na frente do computador a figura de um radio transceptor com todas as suas funções, inclusivo o freqüêncimetro, e também o echolink que é um software gratuito, o mais utilizado pelos radioamadores do mundo e que permite que um radioamador do Brasil utilizando um simples HT com 0,5 wats se comunique com outro radioamador do outro lado do mundo, lá no Japão sem depender do fenômeno da propagação.

O que mudou com a vinda do Echolink?

A vinda do echolink resgatou o radioamadorismo do VHF no Brasil (que estava morto) e no mundo, graças ao echolink as freqüências dos 2 metros são as mais movimentadas do mundo, com isso incentivou o comércio de rádios para VHF e aumentou o número de radioamadores com interesse pelo hobby, e seus contatos são tão perfeitos que ainda tem muita gente que não acredita que está falando a longa distância por esta modalidade. Certo que existe a resistência de alguns radioamadores sobre esse novo modelo de radioamadorismo, mas isso é normal, essa resistência também aconteceu quando o radioamador saiu do CW para fonia AM, da fonia AM para SSB, do HF para o VHF e assim por diante. Com o uso do echolink eu aumentei consideravelmente o meu número de amizade e me tornei mais conhecido no meio radioamadorístico.

O que é a rodada interbrasileira?

A Rodada Interbrasileira é uma rodada criada por mim em 24 de janeiro de 2005. Realizada de segunda a sábado no echolink através da sala de conferência *brazlera*, a partir das 20:00h, com coordenadores diários. A rodada quando veio ao ar trouxe um propósito diferenciado das rodadas tradicionais do radioamadorismo que se resumem em um bom dia, boa tarde ou boa noite e até amanhã. Já na Rodada Interbrasileira os coordenadores têm por obrigação trazer para a pauta da noite um tema (exceto: político, futebol e religião) com o objetivo de ouvir de seus participantes a sua visão, conceito, opinião, o que ele acha sobre o assunto da noite, sendo livre a manifestação do participante a falar o que quiser sobre o determinado tema, sem dar direito a ser contestado a sua explanação por outro participante da rodada. As outras pessoas podem até não concordar com a opinião daquele radioamador, mas terá que respeitar a opinião dele. Por isso na rodada não existe direito de resposta, réplica, nem tréplica. Um participante respeita a opinião do outro para que a sua opinião também seja respeitada. A Rodada Interbrasileira a cada ano realiza um encontro internacional. Janeiro 2006 em Bragança Paulista/SP, janeiro 2007 Aracaju/SE, janeiro 2008 Quaraí/RS, janeiro 2009 Niteroi/RJ, janeiro 2010 Brasilia/DF, janeiro 2011 Fortaleza/CE.

O que você tem a dizer para quem quer conhecer melhor o radioamadorismo?

Que venha encontrar o caminho mais curto para o maior número de amigos, com a facilidade da comunicação em fonia e outras modalidades mais técnicas.

Durante o período em que você está na ativa, qual foi o evento que mais lhe marcou?

Foi o 2º encontro internacional da Rodada Interbrasileira realizado sob a minha responsabilidade aqui em Aracaju/se, com a presença de radioamadores de 13 estados brasileiros e do Uruguai, com palestra do gerente da Anatel, feira de rádios, passeio de catamarã, seresta, café da manhã, almoço, turismo e muita confraternização.

Deixe aqui o seu recado para os radioamadores que estão lendo.

Eu peço aos ouvintes que não desanime do radioamadorismo por causa do período ruim de propagação, que não fique triste com pessoas que não são dignos de estar no nosso meio, que nunca vá de encontro aos que infelizmente nos ofendem, que na hora da raiva na freqüência desligue seu rádio e vá abraçar sua esposa, filho e família, e que incentive alguém a ser um radioamador para poder perpetuar a nossa classe.


Dentro de alguns dias você acompanhará a entrevista com outro companheiro radioamador, não perca.

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1 Comentários:

Às 17 de julho de 2008 às 10:14 , Anonymous Anônimo disse...

Caro Gilberto, li a matéria da entrevista com Fernando P6PP e gostaria de acresentar duas coisas:
Ele é um grande desportista (Campeão Sergipano de Enduro de Regularidade) e é Gago!!!
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Carinhosamente conhecido como Gaguinho!
Um grande abraço e parabéns pela matéria!!!

Jorge Aragão
(Mentirinha)

 

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