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MEC e os Irmãos Xifópagos

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Giba Net: MEC e os Irmãos Xifópagos

terça-feira, 6 de julho de 2010

MEC e os Irmãos Xifópagos

Educação e cultura são uma espécie de irmãos xifópagos

(*) Nelson Valente

Educação e cultura são uma espécie de irmãos xifópagos. Um não pode viver sem o outro. O MEC passou décadas cuidando dessas vertentes. Com isso, inspirou a criação de Secretarias Estaduais de Educação e Cultura. Houve harmonia e resultados.

Quando o presidente Tancredo Neves, para atender a interesses políticos, resolveu desmembrar a Cultura da Educação, houve sérios prejuízos para a primeira delas, que passou a viver de migalhas no Orçamento da República.

Se o cinema é atendido, não sobra nada para o teatro. Se há recurso para o balé, falta para a música. E o patrimônio histórico fica abandonado, como se o país desprezasse a sua memória.


Não se faz nada mais por Ouro Preto, nem pelo centro histórico do Rio de Janeiro, muito menos pela pequena cidade de Marechal Floriano, em Alagoas. A razão? Absoluta falta de verbas (ou de mentalidade).


Só há recursos para pagar o funcionalismo, mas não há projetos em andamento. A Biblioteca Nacional precisa urgentemente de obras. O Museu Nacional de Belas Artes tem 9 mil quadros em porões. Milhões de brasileiros jamais tiveram acesso a uma dessas preciosidades.

De uma população de 187 milhões de brasileiros, quantos se encontram à margem do processo cultural, de que a educação faz parte?

Seguramente, 40% desse total não têm acesso aos bens culturais. Não é difícil provar essa verdade, pois dados oficiais confessam a existência hoje de 28 milhões de analfabetos, a que se pode agregar 34 milhões de semi-alfabetizados, compondo um quadro inacreditável de marginalizados culturais (62 milhões de brasileiros).

Como aplicar os paradigmas de cidadania a esse outro Brasil que não tem acesso à escola, aos museus, às bibliotecas e a todos os demais equipamentos culturais que marcam uma sociedade desenvolvida?

Quando se trata de pensar educação e cultura, em nosso país, temos razões de sobra para perder o sono. As dificuldades são de quantidade e de qualidade, esta se perdendo em visões distorcidas de modernidade.

Enquanto se discute se a primazia deve caber à cultura clássica ou à cultura popular, o que não tem sentido, nossos espaços disponíveis são subutilizados. Os museus fecham aos domingos e feriados, por falta de porteiros e guias, que não trabalham em fins de semana. Não há verba para isso. Com esta orientação fica difícil criar uma consciência da importância da nossa cultura, no espírito das novas gerações. O caminho para a solução passa necessariamente pela junção dessas duas vertentes, justificando a sigla MEC.

(*) é professor universitário, jornalista e escritor

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2 Comentários:

Às 6 de julho de 2010 às 09:45 , Blogger brazroso disse...

Educação e cultura neste país são prioridades na mídia, pura enganação, principalmente no estado de São Paulo, onde o governo despreza o setor.

 
Às 6 de julho de 2010 às 20:52 , Anonymous Rose disse...

O Papel da Cultura na Educação Brasileira Introdução O início de uma reflexão acerca do papel das transformações culturais nas sociedades em um paradigma pós-moderno para a educação no Brasil merece, antes de tudo, algumas considerações preliminares, que passam pela origem do problema em sua dimensão mais ampla, inclusive contemplando os impactos da Globalização.
De fato, se o homem deve ser o sujeito de sua educação igualmente deve ser o agente e o beneficiário do desenvolvimento. Assim o ensino deixa de ser exclusivamente da escola e o desenvolvimento se torna o maior meio de educação como prática social.
Excelente matéria Giba e é um assunto bastante abrangente, abraço (Rose)

 

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