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Na Trilha Maligna do Crack

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Giba Net: Na Trilha Maligna do Crack

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Na Trilha Maligna do Crack

(*) Por: Archimedes Marques

Para produzir o crack, usam-se a borra da pasta base da cocaína, ou seja, o lixo da cocaína que é diluída em solventes e misturada a outros produtos químicos. O ácido sulfúrico está entre eles. Outra substância com capacidade parecida de destruição é o ácido clorídrico que, quando inalado, pode causar ferimentos graves na garganta e na boca do usuário. Também são usados bicarbonato de sódio ou amônia, a cal virgem e a gasolina ou querosene que manipulados se transformam em uma espécie de pedra meio tenra facilmente quebrável, de cor branca caramelizada e de boa combustão, para daí entrar no comércio negro do tráfico de drogas ilícitas e proibidas.

O usuário ao fumar toda essa parafernália aspira o vapor venenoso para dentro de seus pulmões, entrando em conseqüência na sua corrente sanguínea. Como o crack é inalado na forma de fumaça e possui toda essa gama de produtos químicos altamente nocivos à saúde de qualquer ser vivo, ele chega ao cérebro muito mais rápido do que a cocaína ou de qualquer outra droga, causando também um malefício mais abrangente para o usuário que sempre vicia a partir do primeiro experimento.

A ação do crack atua sobre o sistema nervoso central, provocando aceleração dos batimentos cardíacos, aumento da pressão arterial, dilatação das pupilas, suor intenso, tremores, excitação. Os usuários apresentam problemas no sistema respiratório como congestão nasal, tosse e sérios danos nos pulmões. A droga também pode afetar o trato digestivo, causando náuseas, dores abdominais, perda de apetite com conseqüente excessiva eliminação de peso e desnutrição.

Os efeitos psicológicos imediatos do crack são a euforia e a sensação de poder. Com o uso constante da droga, aparecem cansaço intenso, forte depressão e desinteresse sexual. Em grande quantidade, o crack pode deixar a pessoa extremamente agressiva, paranóica e fora da realidade, como se estivesse em outro mundo, noutra vida. O cuidado pessoal do usuário passa a não mais existir e sua autoestima rasteja aos mais baixos níveis.

A droga destrói os neurônios e promove a degeneração dos músculos do corpo, fenômeno conhecido na medicina como rabdomiólise, causando a aparência esquelética no indivíduo, com ossos da face salientes, pernas e braços finos e costelas aparentes.

O usuário do crack pode ter convulsão e como conseqüência desse fato, pode levá-lo a uma parada respiratória, coma ou parada cardíaca e enfim, a morte. Além disso, para o debilitado e esquelético sobrevivente seu declínio físico é assolador, como infarto, dano cerebral, doença hepática e pulmonar, hipertensão, acidente vascular cerebral (AVC), câncer de garganta e traquéia, além da perda dos seus dentes, pois o ácido sulfúrico que faz parte da composição química do crack assim trata de furar, corroer e destruir a sua dentição.

O crack vai destruindo o seu usuário em vida ao ponto dele perder o contato com o mundo externo, se tornando uma espécie de zumbi, ou morto-vivo, movido pela compulsão à droga que é intensa e intermitente. Como os efeitos alucinógenos têm curta duração, o usuário dela faz uso com muita freqüência e a sua vida passa a ser somente em função da droga.

Além dos citados problemas de saúde que recaem para os usuários do crack, as ocorrências no seu terreno familiar e social sempre passam para a área criminal e vão caminhando rapidamente em largas vertentes para dias piores. A vida vivida pelos envolvidos com o vício do crack parece sempre transpor os inimagináveis pesadelos, pois do crack e pelo crack são capazes de praticar qualquer crime.

Na trilha maligna do crack, o seu usuário encontra o desencanto, a dor, a violência, o crime, a cadeia, a desgraça e o cemitério precocemente. O crack traz o ápice da insanidade humana. Alguns que se recuperaram do poder aniquilador do crack disseram que dele sentiram o gosto do inferno.

Por sua vez, apesar de tudo isso, apesar dessa realidade brutal e com perspectivas de piorar ainda mais com a sua crescente problemática, sentimos o poder público ainda meio tímido, sem verdadeira vontade política para debelar tal situação, assertivas essas comprovadas pelo andamento de alguns projetos que já se mostraram ineficientes e outros que se mostram apenas paliativos em ação.

É fácil de concluir que o perfil da sociedade brasileira se transformou e os problemas familiares, sociais, da saúde e da segurança pública mudaram consideravelmente para pior a partir do advento do crack. Dentro desse contexto também cresceram e continuam crescendo todos os índices de crimes possíveis, destarte os crimes de furto, roubo, latrocínio e homicídio.

Assim, por justo o povo clama por solução adequada, por remédio curativo, não paliativo. Projetos verdadeiros e efetivos devem entrar em ação com urgência urgentíssima, pois os problemas deixados na maligna trilha do crack crescem em proporções geométricas e atingem em cheio a nossa sociedade.

(*) Archimedes Marques é Delegado de Polícia no Estado de Sergipe. Pós-Graduado em Gestão Estratégica de Segurança Pública pela Universidade Federal de Sergipe.

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2 Comentários:

Às 2 de fevereiro de 2011 às 11:04 , Anonymous Rose disse...

Giba, p/ complementar a matéria acima :
Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack e Outras Drogas – Lançado pelo governo federal em maio de 2010, o Plano vai investir R$ 410 milhões em ações de saúde, prevenção ao uso de drogas, assistência e repressão ao tráfico em todo o país.



Está prevista a criação de 6.120 leitos para tratamento de dependentes em hospitais públicos, centros de atenção psicossocial, casas de acolhimento e comunidades terapêuticas. A seleção de projetos ocorre por editais e os primeiros resultados já estão publicados no Enfrentando o Crack.



As ações incluem também a capacitação de 65 mil profissionais da rede de saúde, de assistência social, conselheiros, lideranças comunitárias e religiosas, entre outros.



Estão sendo realizados estudos e diagnósticos sobre a realidade do crack no país; o perfil dos usuários; condições de saúde e necessidades de atendimento nas redes de serviços de saúde e proteção social; além da ampliação das ações integradas entre diversos órgãos do governo.



Integram o Plano mais de uma dezena de órgãos e instituições do governo federal, poder judiciário e sociedade civil.
Vamos torcer p/ que tudo dê certo !

Abraço
Rose*

 
Às 18 de junho de 2011 às 10:00 , Anonymous Anônimo disse...

No mundo de hoje ver-se muita correria por bens materiais e a familia a cada dia perde mais a sua função de base para formação e proteção.
O respeito e a liberdade dos filhos para com os pais foram substituídos por libertinagem deixando muitos pais de amar e exigir o respeito.
Hoje muitos que deveriam ser o modelo para os filhos viram o seu mal exemplo, os filhos corrompidos pela ilusão de diversão facil e a liberdade poder fazer tudo..não é verdade.., as mães cada vez mais precoce sem nenhum preparo, ou seja pode uma criança educar outra..? é verdade que os governantes não enfrentam o problema com a prioridade necessária.., porem a familia precisa ser re-estabelecida.., os principios cristãos precisam ser ensinados na escola.., e os pais precisam mais do que nunca ficarem atentos a seus filhos.., pois assim como existe um poder pararalelo para um governo ausente..isso tambem se aplica a familia ausente.
Fui usuario de cocaina..mas graças a Deus não conheci o crack..hoje sou cristão praticante do evangelho que fala da sua libertação..que foi um verdadeiro milagre de Deus.

 

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