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Acidente de trabalho do sr. José

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Giba Net: Acidente de trabalho do sr. José

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Acidente de trabalho do sr. José


Aos cuidados do Dr. Antonio Madureza, médico do trabalho.

Doutor, em resposta ao seu questionamento sobre as condições em que afirmo ter sido acidente de trabalho a causa de meu afastamento do trabalho, descrevo em detalhes o ocorrido.

Fui contratado para trabalhar como pedreiro nesta empresa há cerca de três anos. No dia do fatídico acidente eu estava trabalhando em um andaime, fechando uma parede externa do 6º andar. O mestre de obras me pediu para que ao final de meu trabalho eu recolhesse os tijolos que sobrassem. Terminei às 16:30 e o final do expediente era por volta das 17:00h, portanto faltava só meia hora para descer uns 150 tijolos que sobraram no local.

Era muito tijolo, eu no 6º andar, sozinho. Ia levar muito tempo para descer todos aqueles tijolos. Resolvi então apelar para a minha inteligência.

Peguei um tambor de 200 litros, coloquei todos os tijolos dentro dele, amarrei uma corda bem firme em volta dele, levei a outra ponta da corda para a carretilha que fica pendurada na laje do 12º andar. Após me certificar que o tambor estava muito bem amarrado, passei a corda na carretilha e desci para o térreo com o intuito de providenciar a retirada do material.

Dei um puxão bem forte na corda e o tambor que estava na beiradinha do andaime bambeou e começou a descer.

Acontece que eu peso 65 quilos e o tambor cheio de tijolos pesou uns 200 quilos. O tambor começou a descer e eu a subir, já que enrolei a ponta da corda em meu pulso para tentar sustentar o tambor. Durante a queda do citado tambor eu o encontrei mais ou menos na metade do caminho, foi uma bruta pancada que me fraturou o joelho, quebrou duas costelas e me arrancou alguns dentes. apesar da intensa dor, eu não podia largar a corda sob pena de cair daquela altura. Continuei subindo até que meus dedos foram engolidos pela carretilha, onde os dedos quebraram. Ao mesmo tempo escutei um barulhão: o tambor chegara ao chão, perdeu o fundo e consequentemente a carga de tijolos. Resultado: O tambor ficou vazio.

Como o senhor já deve ter imaginado, eu, agora mais pesado que o tambor, comecei a descer e o tambor a subir. Nos encontramos a meio caminho, em alta velocidade, mas desta vez, como o tambor estava vazio ele só bateu com menos força no meu tornozelo, que quebrou mesmo assim, e ainda rasgou a minha coxa esquerda e quebrou mais duas costelas.

Caí no chão, justamente em cima da pilha de tijolos o que me rendeu mais quatro costelas quebradas e a fratura do fêmur direito. Neste momento, já meio atordoado, larguei a corda e eis que o tambor desceu lá de cima, numa velocidade espantosa, e caiu bem em cima de mim. A pancada me valeu mais algumas escoriações e a fratura da mandíbula, além de ter perdido mais alguns dentes. Eu já estava quase desacordado quando o nó da ponta da corda bateu no meu olho esquerdo, com toda a força, e lá se foi um olho.

Hoje, estou me recuperando. Ainda não consigo me mexer e para conversar está difícil por causa da fratura da mandíbula. Ainda sinto um zumbido no ouvido e já estão providenciando a prótese de vidro para o meu olho esquerdo.

Espero que o senhor tenha compreendido e providencie o mais rápidamente possível a liberação da documentação, assim eu poderei requisitar a minha indenização e posteriormente minha aposentadoria.

Obrigado por sua atenção

José

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1 Comentários:

Às 25 de maio de 2010 às 21:05 , Anonymous Rose disse...

Que nada Giba, ele mexeu com a lei da gravidade! rs

 

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